domingo, 23 de março de 2014

Memórias de umas fodas

           ..E foi no interior que cresci, não tinha muita novidade e nem muito o que fazer.
E você bem sabe como é a adolescência: queremos nos afirmar e provar o novo.
Então eu e os moleques pegávamos as bicicletas e íamos para o único lugar que era atração para nossa idade: “O Inferninho da Madame Sônia”...


Moleques por assim dizer, pois tínhamos de 15 a 17 anos e não podíamos frequentar o perfumado inferninho então íamos até bem próximo para pelo menos sentir o cheiro inebriante do sexo...
Como morávamos distante daquela atração, a distração que nos roubava a maior parte do dia era articular nossos infalíveis planos para poder entrar lá.
Ficávamos loucos para as horas se passarem o mais depressa possível e a tardinha viesse logo.
A tensão era sempre grande nas noites de sábado: era o único dia em que podíamos fugir para espiar o inferninho, já que Douglas, nosso amigo de escola, morava mais próximo. Pedíamos autorização aos nossos pais para dormir na casa dele com a desculpa de estudarmos para as lições, alegando que a matéria estava puxada para o 2º ano e que esse nosso amigo era o melhor da turma.
Pobre rapaz, era o pior da classe mas isso não vem ao caso, afinal sempre conseguíamos aplicar nosso infalível plano e ir espionar o Inferninho. Pegávamos as bicicletas e íamos de casa em casa afim de juntar toda a turma, que era: eu, Mauricio, José, Henrique e o Douglas.
Mauricio era do tipo boa pinta e já tinha os 17 completos e em breve poderia ir no inferninho, estando para completar 18 anos estava ansiosamente contando os meses para o seu aniversário.
José e Henrrique tinham 16 anos, eram gêmeos, mas não eram parecidos.
Já  o Zé era mais alto,  e o Rique era o piadista da turma
O Douglas era o gordinho bacana,  que fazia o tipo bobão.
Eu e ele tínhamos 15 anos na época: o rosto com espinhas e aquele bigode meio falhado.
Enfim, nos juntávamos e íamos ao inferninho tentar espiar pela janela aquelas mulheres seminuas que passavam rebolativas de um lado para o outro. (analisando hoje elas não eram bonitas, mas na época eram as deusas de nossas punhetas).
Ah!... As punhetas da tarde de sábado: só de pensar fico de pau duro!
Mas o dia fatídico foi quando a polícia resolveu dar uma batida no Inferninho da madame Sônia, e nós estávamos espiando pela janela.
A polícia entrou prendendo todo mundo.
Eu e os moleques saímos em disparada para nossas bicicletas, cada um pra onde deu pra fugir!
Peguei a direção oposta dos meninos, e me joguei num mato ali próximo. Estava apavorado e não conseguia me mexer, se minha mãe soubesse que seu filho, coroinha da igreja, estava no meio desta sem-vergonhice .

Foi quando vi a imagem mais linda da minha vida: uma moça corria de lá de dentro, o vestido branco de botão semi-aberto e seus seios saltando dele.
Ela vinha na minha direção e caiu por cima de mim.
Eu a abracei como se fosse um presente.
Ela me esbofeteou na cara e gritou:” Hei, moleque o que é isso?!”
Então respondi: - Desculpe moça! Vi que correu lá de dentro e quis apenas ajuda-la a se esconder aqui .
Ela me respondeu: - Tá, fala baixo, tudo bem mas o que faz aqui?
Respondi a ela - O  mesmo que você! Olha, conheço tudo nessa mata, e se você ficar aqui eles te pegam. Vem que te levo para uma gruta onde pode passar a noite.
E assim eu fiz, levei a moça pra gruta onde nos escondíamos do mundo e ninguém nos achava. Ela era morena cor de jambo, olhos amendoados, cabelos longos e ondulados, e tinha a minha altura mais ou menos. E o corpo mais lindo que já toquei... era como um anjo.
Ela caminhava atrás de mim.
Eu podia ouvir o roçar de suas coxas, que ainda deviam estar meladas do gozo de minutos atrás.
Então disse a ela: é aqui...
Ela perguntou minha idade.
É claro que menti e disse: - 17, faço 18 mês que vem.
Ela respondeu: Então te darei meu presente de aniversário adiantado, abriu o zíper da minha calça tirou meu pau e chupou.
 Era mágico!
Nem todas as punhetas tocadas naqueles anos e nem todas as chupadas depois daquela, foram iguais ou chegaram próximo daquele dia!
Fiquei duro, e me segurava pra não derramar tudo ali.
Dai ela se apoiou na pedra que parecia um banco, levantou o vestido vermelho e disse: - Vem mete aqui! E enfiava os dedos na boceta cabeluda enquanto eu olhava boquiaberto.
Meti desesperadamente.
Então ela me disse: “Com calma, querido, assim você nem aproveita!”
Ensinou-me o ritmo: eu chupava seus peitos enquanto metia.
Ela, (lembro até hoje!) cheirava a jasmim: um perfume forte que entrava na minha mente e pele.
E eu metia mais rápido, e mais rápido.
Quando senti que ia gozar ela pegou meu pau e chupou.
Eu gozei em sua boca aveludada...
Eu suava e urrava.
Foi melhor gozo de todos.
Ela me mandou pra casa dizendo que ficaria ali até pela manhã.
Mal o sol raiou fui procurá-la com um café, pão e bolo, mas a gruta estava vazia, ela havia partido.
Os meninos não acreditaram no que contei. Fiquei conhecido como o “Chico Mentiroso da gruta”.
O inferninho foi fechado, crescemos e o tempo passou.
Hoje sou Dr. Francisco, psicólogo reconhecido mas não consigo tirar da minha memória a gruta da putinha do vestido branco, cor de jambo e cheiro de jasmim.



Aline Menina Veneno

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